sexta-feira, 27 de julho de 2012

Proposta de campanha eleitoral

Prezados

A tempos não escrevo aqui mas, a campanha para prefeito mal começou e já tenho ouvido umas barbaridades que ferem até a dignidade do Cidadão Curitibano.

Primeiramente quero agradecer a iniciativa de um candidato trazer a luz o assunto da geração descentralizada de energia elétrica, mesmo que de forma absolutamente equivocada demonstrando total falta de conhecimento sobre o assunto.

O distinto candidato manda-nos calar a boca, é isto mesmo, fala em vídeo com todas as letras: “Calem-se quem afirma que Curitiba é muito fria para energia solar” e ainda nos xinga, pasmem os amigos, de “Ignorantes córneos”.

Pois bem, vamos aos fatos, o candidato, prova total ignorância do assunto, misturando a fonte com a aplicação, energia solar é a radiação emitida pelo sol na faixa de 1367 W / m² e, uma das suas aplicações é a Térmica (aquecimento de água) que, em nossa Cidade, verdadeiramente, tem pouca eficiência no inverno, haja vista as baixas temperaturas e nebulosidade. Contudo sempre é recomendado a instalação de coletores solares de aquecimento de água pois, um pequeno acréscimo de temperatura, traz o beneficio do conforto e do menor consumo no aquecimento forçado.

Portanto, meus Pais e Avós quando afirmavam que em Curitiba “energia solar é pouco eficiente” estavam cobertos de razão, pois falavam do que conheciam, que era aquecimento de água. O candidato sim ,então deveria se calar e, procurar cercar-se de profissionais e não de meros especuladores, no intuito de basear seus projetos buscando desta forma, não confundir ainda mais o cidadão Curitibano que tem em suas raízes importantes e verdadeiras informações.

Esclarecendo ainda, quando se fala em energia solar fotovoltaica, aí a coisa muda e, é justamente o contrário, quanto mais frio melhor. Sem entrar a fundo na Física, podemos afirmar que, através de placas fotovoltaicas, gera-se energia elétrica que pode ser consumida de duas formas, armazenando-se em baterias para posterior consumo ou, através de dispositivos da compensação tarifária, a exemplo do que existe largamente nos USA e EU, inclusive com excelentes incentivos.

No Brasil, após muita discussão, em abril deste ano, aprovou-se a resolução 482 da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) que determina a microgeração e minigeração descentralizada. O que significa isto ? De forma simplificada, qualquer pessoa pode instalar sistemas geradores de eletricidade em casa, como fotovoltaicos, e injetar esta energia na rede da concessionária (Copel) produzindo créditos em kWh (medida da fatura). Assim quando vier a fatura, a energia fornecida à rede (grid) será abatida do consumo. Ex: Um consumo de R$ 100,00 e uma geração de R$ 50,00, saldo R$ 50,00 a ser pago.

Esclarecidos estes aspectos, cabe-nos perguntar: Porque o candidato quer montar 30 usinas / parques fotovoltáicos ? Demorou mais de 15 anos para termos o direito de gerarmos nossa própria energia elétrica, evitando parte da vergonhosa carga tributária que é um câncer que corroi nosso salário e, nos obriga a trabalhar mais de 5 meses do ano só para pagar impostos. Criar mais uma empresa para comercializar a energia que é nossa por direito e, ainda montar mais um cabide de empregos para drenar os recursos e apadrinhar companheiros.

A resposta, perdoem-me a franqueza, é que esta idéia visa apenas o interesse de poucos que lucrarão com a energia paga com nosso suado recurso.

Infelizmente Amigos, a insanidade não para por aí, a doentia proposta ainda quer instalar as referidas usinas em 270 hectares de áreas degradadas. Me pergunto: Se a área esta degradada o que é preciso fazer ? A resposta me parece  óbvia, recuperá-la ! E, uma vez recuperada, punir exemplarmente que a degradou !!

Ou a intenção é anistiar criminosos como pretendem os ruralistas do congresso (código florestal), cedendo as áreas às usinas / parques fotovoltaicos ?

Para fechar tem ainda a piada do dia, dispor as placas em forma de pirâmide do Egito, não consigo imaginar disposição mais ineficiente, se especialistas estivessem pelo menos palpitando, um sistema de rastreamento solar poderia ter sido sugerido.

Há ainda uma intenção velada de camuflar o potencial da geração desentralizada , utilizando o termo “possibilidade do cidadão comum contribuir...”. Amigos, não é possibilidade, é realidade e já podemos investir nisto agora mesmo, as concessionárias tem até dezembro para definir suas normas internas e, a partir do ano que vem, todos nós poderemos fornecer energia à rede, nos livrando dos altos encargos

A propósito, isenção de impostos municipais para quem investir em microgeração já seria suficiente para alavancar muitos projetos. Inclusive sem prejuízo para a prefeitura pois, isenções no IPTU por ex, demandariam muitas instalações e ISS.